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Efeitos da má nutrição em psitacídeos: Lipidose hepática

  • Foto do escritor: M. V. Michelle C. Santos
    M. V. Michelle C. Santos
  • 25 de abr. de 2019
  • 2 min de leitura

Cada vez mais comuns nos lares, psitacídeos são aves que chamam atenção por sua beleza e inteligência. Mas necessitam de cuidados especiais e uma dieta adequada.

Vamos ler sobre um dos possíveis efeitos de uma má nutrição em psitacídeos.


A lipidose hepática é uma doença comum em psitacídeos, que geralmente é ocasionada pelo desequilíbrio nutricional. Numa situação normal a albumina transportaria os ácidos graxos para o fígado, onde seriam metabolizados para produção de energia. No caso de disponibilidade exageradas de ácidos graxos, seu excesso será armazenado no fígado, enfraquecendo a estrutura celular hepática, gerando assim hepatomegalia e diminuição de sua funcionalidade.


A causa mais comum desse acúmulo é o consumo monótono ou exagerado de sementes, que são pobres em nutrientes e ricos em gordura.


O consumo exagerado de sementes, como a de girassol, está diretamente ligado a problemas hepáticos em aves.Trata-se de um alimento pobre em nutrientes e rico em gordura. Fonte da imagem: <https://abrilsaude.files.wordpress.com/2016/10/girassol.jpg>

O fígado das aves desempenha diversas funções, como síntese, filtração, excreção e armazenamento de nutrientes e outros compostos. Sintetiza ureia e ácido úrico e ácidos biliares, produz proteínas plasmáticas, fatores de coagulação, e produz e estoca glicogênio. Tem participação no metabolismo e excreção de diversos fármacos, e tem capacidade regenerativa, porém há uma limitação fisiológica para esta regeneração.


Com o acumulo de gordura e destruição da conformação celular, os hepatócitos (células do fígado) são destruídos e não conseguem realizar adequadamente seu trabalho. A partir disso, sinais clínicos ligados a sua disfunção começam a aparecer.


Fígado normal X Fígado com acúmulo de gordura. Note o grande aumento de volume. Fonte da imagem: <https://3rlab.files.wordpress.com/2016/08/figado_1.jpg?w=474>

Os sinais clínicos apresentados por aves com patologia hepáticas são inespecíficos, devendo ocorrer uma investigação mais aprofundada para obter-se o diagnóstico de doença hepática. Cerca 80% das células do fígado devem apresentar danos para que o animal demonstre algum sinal, dificultando o diagnóstico, e pelo menos um duodécimo das células hepáticas deve apresentar viabilidade para que este continue a se regenerar.


As aves acometidas pela lipidose hepática podem apresentar anorexia, perda de peso, encefalopatia hepática, anemia, desidratação, distúrbios de coagulação, diarreia, hipercrescimento de bico e unhas, mau aspeto da plumagem, que pode ter coloração anormal, alterações na coloração das fezes e dispneia, que pode ter origem por ascite ou hepatomegalia.


Papagaio verdadeiro (A. aestiva) apresentando grave alteração na plumagem, um dos sinais de disfunção hepática. A ave pode ainda apresentar dificuldade respiratória devido ao aumento do fígado, ou pela ascite devido a diminuição dos níveis de albumina, Fonte da imagem: <https://www.youtube.com/watch?v=7ZUwzWvzFG0>

É diagnosticada com base nos sinais clínicos, avaliação das enzimas hepáticas, biliares, triglicérides, proteínas totais, colesterol e por meio de exame radiográfico.

O tratamento da lipidose tem como como objetivo a regeneração do fígado, oferecendo ambiente livre de estresse, correta fluidoterapia e medicação de suporte, além de suporte nutricional. Uma correta nutrição colabora para recuperação dos hepatócitos.

Para uma correção da lipidose hepática, além do tratamento médico, é essencial a correção da dieta. Sementes e itens inadequados como pães, bolachas e café devem ser eliminados e substituídos por frutas, legumes, verduras e ração extrusada adequada. Foto de acervo pessoal.

Gostou? Leia mais em nosso blog sobre o manejo de aves.

 
 
 

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