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Vacinação: importância e calendário

  • Foto do escritor: M. V. Michelle C. Santos
    M. V. Michelle C. Santos
  • 5 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 25 de abr. de 2019

Resumo das diretrizes contidas no WSAVA Vaccination Guidelines. Diretrizes para nortear Médicos Veterinários a uma vacinação responsável.


A vacinação é uma importante ferramente na prevenção de diversas doenças. Apesar de estar elencada entre as principais medidas a serem tomas no quesito saúde e bem estar animal, ainda lidamos com um baixo número de animais vacinados. Estima-se que entre 30 a 50% dos animais sejam vacinados, levando-se em conta países desenvolvidos. Países em desenvolvimento, como o Brasil, podem ter números mais baixos ainda.


Mas por que é tão importante vacinar?


A vacinação individual previne doenças infectocontagiosas, e não somente no animal vacinado. Há uma importante correlação entre a ocorrência da doença no local e número de animais vacinados. Quanto mais animais são imunizados, menor a prevalência da doença naquela localidade. Este é um conceito que vem sendo amplamente estudado. A saúde de uma população tem correlação com o indivíduo e vice versa.


Vejam a importância da imunização dentro de uma população


Fonte: site governamental dos EUA <https://share.america.gov/pt-br/desenvolvendo-a-proxima-vacina-dinheiro-dos-impostos-salva-vidas/>

Porém alguns pontos merecem destaque:

1) O número de vezes em que o animal é imunizado nem sempre é diretamente correlacionado com sua proteção. Muitas vezes a titulação de anticorpos se mantém estável por um longo período após a vacinação. Revacinar constantemente não aumenta o nível de proteção em alguns casos;

2) Vacinas podem apresentar efeitos adversos.

Desta forma faz-se necessário que o Médico Veterinário faça o uso racional desta importante ferramenta de proteção.


Para auxiliar os profissionais a planejar um protocolo individual e mais seguro para cada animal, o Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG) da Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais (WSAVA), apresentou orientações para os clínicos, elaboradas com base em evidências científicas. Essas diretrizes servem como base, cabendo ao Médico Veterinário adaptar os protocolos à realidade do local onde atua.


Proposta para vacinação de cães


Veja abaixo os intervalos recomendados nas diretrizes para filhotes de cães nunca vacinados, adultos nunca vacinados e também para a revacinação anual:

Tabela adaptada do WSAVA Vaccination Guidelines. Destacamos as doenças preconizadas na imunização nacional. Para acessar todo o conteúdo do Guia, acesse https://www.wsava.org/WSAVA/media/PDF_old/2015-WSAVA-vaccination-guidelines-Full-version-Portuguese.pdf

Como pudemos observar, os intervalos diferem entre si, de acordo com o patógeno. É sabido que bactérias não produzem uma resposta imune tão duradoura quanto alguns vírus, por tanto observamos que o intervalo de reaplicação da vacina de Leptospirose e Bordetella bronchiseptica são menores, e animais que vivem em áreas endêmicas ou expostos à situações de riscos, também devem ter o intervalo de revacinação reduzido. A proteção para raiva também exige intervalo de revacinação menor, de acordo com a legislação brasileira.


Destacamos o fato do coronavírus não ter vacinação recomendada. Isso se deve ao fato de que a infecção causada por esse vírus geralmente ocorre de forma branda em filhotes e é autolimitante. Entretanto, está incluso em boa parte das polivalentes disponíveis no mercado.


Seguindo o mesmo princípio, a vacina contra Giárdia também não é recomendada pelo VGG. Suas infecções são tratáveis, com bom prognóstico.


A vacina contra Leishmaniose, apesar de não elencada, é utilizada em território nacional, porém só devem ser vacinados animais de locais endêmicos.


Como colocado anteriormente, a imunização contra determinada doença deve levar em conta evidências que suportem sua aplicabilidade naquele animal. Os critérios para essa definição incluem gravidade da infecção, presença do patógeno naquela localidade, bem como ocorrência, legislação local, entre outros. Sendo assim, a WSAVA também define as vacinas como essenciais, não essenciais e não recomendadas, sendo:



Com base nessas informações, devemos ter em mente que o Médico Veterinário responsável irá definir o melhor protocolo vacinal de acordo com cada animal, levando em conta seu histórico, local onde vive, locais que frequenta, doenças concomitantes, estado geral, etc.


Apesar da vacina anual não ser necessária em todos os casos, destacamos que a sorologia é um importante método para verificarmos se o animal continua protegido ou não. Este teste poderá ser realizado anualmente para assegurar-se que o animal continua apresentando anticorpos em níveis satisfatórios para as vacinas essenciais, e desta forma evitar aplicações desnecessárias.


Este resumo tratou de aspectos na imunização de cães, com base nas diretrizes na WSAVA. Leia também os resumos tratando sobre:


A IMUNIZAÇÃO EM GATOS.


IMUNIZAÇÃO BEM SUCEDIDA - DIRETRIZES PARA EVITAR A FALHA VACINAL



Consulte sempre o médico veterinário. Juntos vocês podem definir o melhor protocolo de vacinação para o seu animal.

Fonte:

DAY, M. J.;,HORZINEK, M. C.; SHULTZ, R. D. e SQUIRE, R. A. Diretrizes para vacinação de cães e gatos. Journal of Small Animal Practice, v. 57, janeiro de 2016. Disponível em <https://www.wsava.org/WSAVA/media/PDF_old/2015-WSAVA-vaccination-guidelines-Full-version-Portuguese.pdf>. Acesso em 24 de abril de 2019.

 
 
 

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